Prime-time sem novidades pode explicar audiência estacionada da Record
Mesmo com uma pressão cada vez maior por novidades na grade da Record, a médio prazo o telespectador não acompanhará a inclusão de projetos diferenciados. Nos corredores da Barra Funda são muitos os que defendem o investimento em novos programas e afirmam que, com medo de errar e perder audiência, a emissora colocou o pé no breque e reservou para este ano apenas as atrações que já foram testadas antes. O problema é que há um certo desgaste em momentos importantes da grade e a audiência permanece estacionada, fator que irrita muita gente importante na Barra Funda.
Quando traçou seu projeto “A Caminho da Liderança”, a Record colocou como meta investimentos no prime-time, faixa em que o SBT apresentava uma certa fragilidade. Concentrou ali seus esforços e produziu o que as pesquisas apontavam. A emissora conseguiu algum resultado com reality-shows e os humorísticos de Tom Cavalvante, mas nunca alcançou o sonho de uma linha de shows variada. E, sem ninguém notar, esta é uma cobrança do telespectador.
Atualmente, na média, a faixa noturna (18h às 24h) da Record é dividida em jornalismo (1h30), realitys (1h15), dramaturgia (1h) e séries importadas (1h). Às quartas há espaço para filmes a partir das 23h45 e às sextas o jornalismo encerra a grade. Já aos sábados o exagero: 3h45 para “O Melhor do Brasil” (soma dos dois blocos a partir das 18h), 30 minutos para o jornalismo (encaixado no programa de Rodrigo Faro), 1h para “A Fazenda” e 1h30 para o “Legendários”. Este é o panorama que deixa bem claro a importância de um pouco mais de investimento na variedade de atrações oferecidas ao telespectador.
O problema é que nada vai mudar porque ninguém quer arriscar ver o SBT chegar perto no prime-time. Mas, muitos ficarão contentes com mais um mês de audiência estacionada.