“Fina Estampa”: novelão com missão de resgatar amantes do gênero
Mais do que nunca a teledramaturgia está em alta. Basta olhar para os resultados das tramas exibidas pela Globo e Record para entender porque as emissoras investem tanto no gênero. As novelas são responsáveis pelas maiores audiências e faturamentos e produtos procurados no mercado internacional. “Insensato Coração” conseguiu frear a queda nos índices da faixa das 21h e “O Astro” recuperou a liderança com folga às 23h.
Nesta segunda-feira, Aguinaldo Silva estreia “Fina Estampa”, uma novela com cara de folhetim clássico, com histórias amarradas, conflitos familiares, temas polêmicos… um “novelão”, como falam nos bastidores do Projac. E é esse gênero mais tradicional que ganhou espaço na preferência do público. É claro que as novas novelas precisam ser modernizadas e criar identificação imediata no público. Quem está em casa quer se enxergar na tela e “Fina Estampa” caminha neste sentido através de personagens que moram logo ali. A começar pelo bairro. Boa parte da história será na Barra da Tijuca, uma região do Rio de Janeiro muito conhecida no país todo e com cara de classe média, aquela que assiste TV. Portanto, realmente, os personagens da nova novela moram logo ali.
Segundo Aguinaldo Silva, a novela vai “deixar uma pergunta no ar: o que vale mais nas pessoas, a aparência ou o caráter?”. E essa questão virá à tona durante a transformação de Griselda, uma mulher pobre, de “caráter inquestionável que percebe que está se transformando com o dinheiro. Num mundo onde o culto ao corpo e a beleza física é uma verdadeira mania, as tramas de “Fina Estampa”, de um modo ou outro, têm a árdua tarefa de questionar essa opção”, completa o autor da novela. O escritor também acredita que as relações familiares funcionarão para atrair o público, afinal “nesse tempo de crise de valores, é na família que devemos buscar apoio”.
Pelo visto, “Fina Estampa” será um novelão e tem todos os elementos para conquistar o público. Se funcionará, só o tempo dirá. Novela ainda é um produto que só faz sucesso a partir da reação do telespectador, que já não assiste mais TV imóvel na sala. Ele opina, interfere, interage, se emociona e, às vezes, sabe mais do que o autor.
